sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Fim Justifica os Meios


O fim justificam os meios, quem não conhece esta máxima? Contudo, os fins não justificam quaisquer meios, para cada fim existe um meio. Nossos meios têm sido fraca propaganda, tentativas frustradas de realizar eventos e – o que considero que tivemos mais sucesso – apoio e luta conjunta com outros coletivos.

Quero, com este texto, fazer uma análise das possibilidades e dos fatores que vêm machucando nossos calcanhares. É verdade que já tivemos reuniões com 40 pessoas e que tínhamos uma empolgação colossal. Entretanto, nem a reunião com 40 pessoas e a grande empolgação nos ajudou como deveria. No final o que tivemos foram pessoas abandonando o coletivo e desanimação. Mas o que ao certo nos levou a este lamentável resultado?

Na sociedade onde as pessoas sobrevivem em vez de viverem existem verdadeiros muros nos impedindo de quase tudo. Falar de todas as coações seria fútil agora, vamos falar objetivamente do que poderia ter nos enfraquecido.

Antes de qualquer coisa devemos considerar a família, porque não? Somos por maioria adolescentes (com menos de 21 anos) que está em profunda dependência financeira (e às vezes moral) dos pais. Logo, a mera vontade de participar das reuniões do GUG depende da permissão dos pais. Em seguida, podemos ressaltar o trabalho e estudo e demais responsabilidades que consome grande parte do tempo de todos. O desinteresse é aparente, podemos perceber isso com facilidade. Alguns com intensa vontade de participar e outros apenas de passagem. Importante, também, é ressaltarmos a enorme dificuldade para conseguir locais para reunião, materiais e demais atividades. Estes são apenas alguns fatores de nossos problemas.

Como problema mais enfrentado enfatizaria a questão da organização e falta de planejamentos. São muitas tarefas a se fazer e poucas delas são distribuídas e poucas pessoas ficam delegadas com responsabilidades. Estamos sempre polarizados em questão de participação e não conseguimos traçar metas próximas e reais. É, talvez por isso, que muitas vezes acabamos frustrados por não conseguirmos atingir até objetivos pequenos.

Mas qual seria o causa mortis?

Dentre todas as coisas que já fizemos existe uma que fizemos de menos: propaganda. Apesar de tudo, somos poucos conhecidos em nossa cidade e poucos possíveis militantes do GUG conseguem chegar até nós. Para resolver isso proponho um planejamento minucioso de propaganda para estes próximos meses com o objetivo agregar pessoas interessadas em participar de nosso coletivo. Esta propaganda deve consistir em conscientização da necessidade de união do underground; convencer nossos semelhantes de seus potenciais e mostrar a eles o caminho da organização da contracultura. Ao mesmo tempo, temos de fazer um intenso trabalho de formação interna, nós – que já estamos entrosados no coletivo – também precisamos de consciência e se preparar para a futura reação. Trata-se agora de cuidar de nosso jardim para que venham as borboletas, de formarmos uma forte base para, então, agirmos ativamente em nossos anseios. Precisamos organizar melhor o coletivo, distribuir bem as tarefas, incentivar a participação, elaborar planos escritos e detalhados, trabalhar na divulgação das reuniões, criar oficinas de formação e, claro, estudar: precisamos ter alguns embasamentos teóricos aprendidos na prática para que não cometamos os mesmos erros.

Para realizar o underground temos uma longa caminhada, ainda não nos demos de cara com as verdadeiras dificuldades, aquelas que chamamos de forças da ordem, burocracia da sociedade espetacular e inimigos ativos. Precisamos nos dar, primeiramente, com nossos problemas internos para aí sim partirmos para a ação que tornará real aquilo que desejamos.

Sem saber que era impossível ele foi lá e fez.

- Crowley

Nenhum comentário:

Postar um comentário