quinta-feira, 29 de abril de 2010

AUTONOMIA - O Princípio


O que é autonomia? Quem são os autônomos? Antes de mais nada, é preciso dizer que autônomo significa "que ou quem se governa". Por isso, em contraposição às organizações hierárquicas e autoritárias, as mobilizações dos grupos autônomos têm sempre o indivíduo como protagonista.

A Autonomia não é uma ideologia, nem mesmo uma política, mas uma alternativa à política. Única tendência revolucionária que não se deixou rotular, monopolizar ou rebocar por velhos dogmas, clichês ou hábitos, a Autonomia se define como anticapitalista e antiautoritária, combatendo sem tréguas o patriarcado, o capital, o estado e todas as opressões ditas específicas.

Por autonomia entendemos uma luta pela transformação social, que realizamos desde a auto-organização como setores explorados. Nosso modelo e objetivo é a sociedade livre, sem classes, sem estado e sem capital; a sociedade autogerida, cujo princípio regulador é: de cada um segundo suas possibilidades, a cada um segundo suas necessidades.

No sentido amplo, somos milhões: operários desempregados ou precarizados, estudantes sem futuro, presos, camponeses arruinados, sem-terra, sem-teto, insubmissos, gays e lésbicas, prostitutas, grupos solidários, enfim, todos os setores que se encontram à margem do sistema capitalista. São autônomos os que se situam fora e contra as engrenagens do poder, com seus três mecanismos de controle: instituições totais (caserna, escola, fábrica, sanatório, hospícios, penitenciárias, etc), partidos e sindicatos.

Concretamente, autônomos são os coletivos e individualidades que se propõem viver a revolução hoje, sem esperar orientação de ninguém, sem aceitar a direção de vanguardas autoproclamadas, cujo dogmatismo e autoritarismo serve apenas para manter a exploração com outro nome. Reconhecemos, no entanto, o papel desempenhado pelos autênticos revolucionários comunistas e anarquistas na luta contra o sistema capitalista.

Viver a Revolução hoje é liberar espaços, incentivando o ócio autogerido e superando o medo institucionalizado; é atacar os valores burgueses, reapropriando a identidade na rebeldia, na criatividade e na solidariedade ativa com os que lutam pela destruição do capital.

Um autônomo jamais diz : "Filia-te ao nosso grupo." Isto porque os autônomos não se julgam donos da verdade. Mas um autônomo diz: "Se queres mudar tua vida e transformar a sociedade, organiza-te e luta!"

terça-feira, 27 de abril de 2010

A Máfia: Alírio Neto, Joel Alves e Rogério Rosso + Jornal do Guará


Como se não bastasse o misterioso encerramento da CPI na câmara legislativa, Alírio Neto agora apoiou as eleições inconstitucionais indiretas. E quem foi o alvo? Rogério Rosso. Quem mais podia ser? Alírio, por exemplo, quer concorrer às próximas eleições e não dá pra ele - claro - ser o governador provisório e ficar sem a oportunidade de ser eleito nas próximas eleições para cumprir mandato integral? Nunca! Alírio quer crescer na vida. Deixa o homem trabalhar! Não só Alírio Neto, mas a maioria dos outros deputados pensaram o mesmo. É sempre assim, políticos sempre pensando em interesses próprios em vez de pensar nas pessoas. Nenhum deles se considerou o melhor para o DF neste momento, preferiram pensar em si mesmos nas próximas eleições. Logo, a coisa foi feita na sujeira, na negociação descomprometida com justiça social que já começou com a aceitação destas eleições indiretas absurdas, sem aprovação popular.

A panela baba-ova está feita: Rogério Rosso vai cheirando o cangote de Alírio (que fez de tudo para Rosso ganhar) que passa o carinho para o administrador do Guará, Joel Alves Rodrigues, que configura simpaticamente as informações para o Jornal do Guará. Ótimo não? Tudo o que eles queriam. Em um momento viram dar tudo errado quando Arruda foi pego e, agora, podem ver novamente uma luz no final do túnel. O Jornal do Guará, que antes idolatrava o Arruda e acabou ficando encurralado com a opinião popular, agora pode esquecer Arruda e fazer pagação de pau para Rogério Rosso que ninguém sabe que ele era o presidente da CODEPLAN quando Arruda estava no poder.

Esse parágrafo vem de graça: O Jornal do Guará, a mídia menos imparcial que já vi em toda a minha vida (acho que nem se existisse um jornal da extrema-direita), resolveu chamar o Movimento Fora Arruda e Toda a Máfia - até então a única mobilização autônoma sem estar aparelhada por políticos - de DESOCUPADOS. Isso mesmo, disseram que as pessoas que lutam contra a corrupção são DESOCUPADAS. Seja lá quem foi que escreveu isso no Jornal, para nós não faz a mínima diferença, temos mídias verdadeiramente independentes que se compromete à nos dizer a verdade, diferente destas resmas de papel configuradas em laboratório. Contudo, o Guará Underground, se preocupa com o que o povo guaraense lê e, por isso, estamos atacando este jornal mesquinho e clicheramente reaça.

Por fim, temos o PDOT funfando aí... hum... que pipino em? E agora Alírio Neto? O Jornal do Guará já tá encurralado com a opinião guaraense e resolveu atacar *algumas* emendas do PDOT para o povo não tacar fogo no jornal. O Administrador ainda não se vê ele falando sobre. Vixe... estão fazendo vista grossa porra? Lá vai - não vejo por onde - aquele grito que sempre fazemos nessas situações:

A POPULAÇÃO DO GUARÁ NÃO VAI ABAIXAR A CABEÇA FRENTE A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.
NÃO SERÁ PASSADO A MÃO NA CABEÇA DE POLÍTICOS QUE CHEIRAM A VIRILHA DE JC GONTIJO, ALDABERTO VALADÃO, PAULO OCTÁVIO E DERIVADOS.
NÃO PRECISAMOS DE APARTAMENTOS DE 1 MILHÃO DE REAIS, PRECISAMOS DE HOSPITAIS, ESCOLAS, TRANSPORTE E MORADIA DIGNA.

FORA PDOT
ESTABELECER PARTICIPAÇÃO POLÍTICA POPULAR DIRETA
FORA LATIFÚNDIOS DO PARQUE DO GUARÁ
FORA ALÍRIO NETO
FORA JOEL ALVES RODRIGUES
FORA ROSSO
QUE CAIAM TODOS!

Atenciosamente,
Guará Underground - Construindo uma sociedade de contracultura generalizada.




terça-feira, 13 de abril de 2010

PDOT - Plano Demoníaco de Obstrução Territorial

O PDOT é um plano que já estava em trambitagem na câmara há mais de 12 anos e só saiu do papel quando o poderoso chefão Paulo Octávio assumiu o trono de vice-governador. No Guará, chama-se de PDL (Plano Diretor Local). No que consiste este plano? Ele é um consórcio da TERRACAP com destaque para as empresas imobiliárias da cidade. Ou seja, é uma conspiração entre corporações e estado, coisa que já acontece há muito tempo na história. Escuta-se que o Diretor de Planejamento Urbano atentou para a falta cultura, esporte e lazer nas áreas periféricas da cidade. Vemos que isso não é verdade, pois não se vê construindo centros culturais no Guará além de prédios e mais prédios de luxo. O PDOT está com a atenção voltada restritamente para a alta classe que nem mora no Guará e que irá gerar um inchaço populacional, fluxo abissal de carros e ocupação indevida do solo que influencia na questão do abastecimento de água e contaminação de bacias e lençóis freáticos. É importante salientar que as conseqüências deste plano para nós já se iniciou. Os recentes processos de higienização urbana no Guará (ação violenta com travestis, moradorxs de rua e retirada d@s camelôs) e a expulsão de comunidades pobres de áreas valorizadas para a construção de bairros luxuosos (como o do guarázinho) vêm confirmar a suspeita: a justificativa do governo para essas operações são justamente o PDOT. Quem não anda tomando bacú direto aqui no Guará? Se você levar um bacú saiba claramente que o estão considerando sujeira na cidade. A idéia é criar um ambiente de ilusória tranqüilidade em um mundo de conflitos para receber a elite que iremos ter no Guará. O PDOT tem o objetivo de enriquecer empresários da especulação como Paulo Octávio, JC Gontijo, Aldaberto Valadão, dentro outros.

Os lotes que iriam ser vendidos nas novas quadras do Guará (48, 50 e etc) já foram barrados por inconstitucionalidade pela prioridade a servidores públicos – na verdade já ficamos sabendo que lá será um covil de policiais. Só para poder concorrer a um lote é preciso botar 5 mil reais em jogo, coisa que o verdadeiro trabalhador do DF não ganha em 6 meses! O GUG já recebeu diversas sugestões de morador@s do Guará para iniciarmos uma luta contra o PDOT na cidade. O PDOT não beneficia em nada para nós exceto para os ricos. Não há justificativa plausível para a não contestação do PDOT no meio Underground. O Underground tem papel fundamental nesta luta uma vez que ele faz parte d@s que serão "higienizad@s". Ninguém tá se fudendo pra esses playboys que vão morar aqui e muito menos tá a fim de ficar recebendo repressão da polícia em privilégio deles. O Underground precisa declarar GUERRA contra esse projeto dos porcos do governo e das empresas que não querem ter compromisso nenhum com a vida das pessoas. Enquanto ricos ganham mais imóveis, a maioria da população não tem casa própria.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Falsos Undergrounds


Por toda parte, onde quer que estejamos, podemos observar, nitidamente, caricaturas do underground que, nascidas do cenário espetacular, desejam cretinamente transformar a subversão da contracultura em uma cultura de mercado, irrigada pelo consumo de ideologias e acessórios de personalidades vazias. Em outras palavras, essa face em decadência do underground nada mais é do que o reflexo de uma sociedade espetacular e não da contracultura de fato.

Nos dias atuais, os instrumentos de convencimento do mundo mercantil, moldou, minuciosamente, grande parte das individualidades autênticas. Tendo sua juventude trocada por submissão total à sobrevivência, estas pessoas mal sabem que vivem uma vida artificial criada em laboratório. Mal se dão conta de que estão imersos em uma vida já planejada por outros antes mesmo deles nascerem. Têm sonhos quase que exatamente iguais aos de todos os outros que estão presos na mesma decadência. Com peculiaridades altamente previsíveis e uma moral que, muitas das vezes, nunca foi questionada, levam a sobrevivência de cabo-a-rabo em um mundo consumível e podre.

Estas farsas do underground desejam, com todas as forças, serem diferentes dos que, na verdade, são iguais. Eles estão por toda a parte, deturpando aqueles que lutam por uma vida digna e usando como argumento o que aprenderam de lição de vida na última novela das oito. Neste ponto eu não vou resistir: adoram se mostrar críticos quando na verdade nunca tiveram coragem de criticarem a si mesmos.

A estes camaradas eu vos digo: Libertem-se, pensem, elevem-se. Não há motivo de medo ou desconfiança, vossos cérebros são capazes. Não, não estou dizendo que sou o dono da verdade. Mas, nos considerar como ingênuos imersos em uma utopia é idiotice e covardia, pois, querendo ou não, a opção de luta é – com toda a certeza - melhor que viver em uma inércia que mata muito antes de um laudo médico.

Pensem nisso...
- Benny

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Fim Justifica os Meios


O fim justificam os meios, quem não conhece esta máxima? Contudo, os fins não justificam quaisquer meios, para cada fim existe um meio. Nossos meios têm sido fraca propaganda, tentativas frustradas de realizar eventos e – o que considero que tivemos mais sucesso – apoio e luta conjunta com outros coletivos.

Quero, com este texto, fazer uma análise das possibilidades e dos fatores que vêm machucando nossos calcanhares. É verdade que já tivemos reuniões com 40 pessoas e que tínhamos uma empolgação colossal. Entretanto, nem a reunião com 40 pessoas e a grande empolgação nos ajudou como deveria. No final o que tivemos foram pessoas abandonando o coletivo e desanimação. Mas o que ao certo nos levou a este lamentável resultado?

Na sociedade onde as pessoas sobrevivem em vez de viverem existem verdadeiros muros nos impedindo de quase tudo. Falar de todas as coações seria fútil agora, vamos falar objetivamente do que poderia ter nos enfraquecido.

Antes de qualquer coisa devemos considerar a família, porque não? Somos por maioria adolescentes (com menos de 21 anos) que está em profunda dependência financeira (e às vezes moral) dos pais. Logo, a mera vontade de participar das reuniões do GUG depende da permissão dos pais. Em seguida, podemos ressaltar o trabalho e estudo e demais responsabilidades que consome grande parte do tempo de todos. O desinteresse é aparente, podemos perceber isso com facilidade. Alguns com intensa vontade de participar e outros apenas de passagem. Importante, também, é ressaltarmos a enorme dificuldade para conseguir locais para reunião, materiais e demais atividades. Estes são apenas alguns fatores de nossos problemas.

Como problema mais enfrentado enfatizaria a questão da organização e falta de planejamentos. São muitas tarefas a se fazer e poucas delas são distribuídas e poucas pessoas ficam delegadas com responsabilidades. Estamos sempre polarizados em questão de participação e não conseguimos traçar metas próximas e reais. É, talvez por isso, que muitas vezes acabamos frustrados por não conseguirmos atingir até objetivos pequenos.

Mas qual seria o causa mortis?

Dentre todas as coisas que já fizemos existe uma que fizemos de menos: propaganda. Apesar de tudo, somos poucos conhecidos em nossa cidade e poucos possíveis militantes do GUG conseguem chegar até nós. Para resolver isso proponho um planejamento minucioso de propaganda para estes próximos meses com o objetivo agregar pessoas interessadas em participar de nosso coletivo. Esta propaganda deve consistir em conscientização da necessidade de união do underground; convencer nossos semelhantes de seus potenciais e mostrar a eles o caminho da organização da contracultura. Ao mesmo tempo, temos de fazer um intenso trabalho de formação interna, nós – que já estamos entrosados no coletivo – também precisamos de consciência e se preparar para a futura reação. Trata-se agora de cuidar de nosso jardim para que venham as borboletas, de formarmos uma forte base para, então, agirmos ativamente em nossos anseios. Precisamos organizar melhor o coletivo, distribuir bem as tarefas, incentivar a participação, elaborar planos escritos e detalhados, trabalhar na divulgação das reuniões, criar oficinas de formação e, claro, estudar: precisamos ter alguns embasamentos teóricos aprendidos na prática para que não cometamos os mesmos erros.

Para realizar o underground temos uma longa caminhada, ainda não nos demos de cara com as verdadeiras dificuldades, aquelas que chamamos de forças da ordem, burocracia da sociedade espetacular e inimigos ativos. Precisamos nos dar, primeiramente, com nossos problemas internos para aí sim partirmos para a ação que tornará real aquilo que desejamos.

Sem saber que era impossível ele foi lá e fez.

- Crowley

sábado, 2 de janeiro de 2010

O Conformismo Suicida


Antes de tudo, gostaria de aprofundar com vocês o conceito de conformismo e suicida, para assim chegarmos a esse fenômeno cultural e prejudicial, que assola as mentes da grande maioria da população brasileira.

Com uma rápida consulta podemos encontrar diversas formas de entender o que seria o conformismo, me atenho ao sentido de que seja uma tendência de se conformar com os usos estabelecidos, ou seja, se submeter ao que lhe é imposto, mantendo-se inerte a qualquer ação que possa mudar o tal "estabelecido". Assim sendo, chegamos ao conceito de suicida, superficialmente entendemos suicídio como o ato de provocar a própria morte, mas podemos estender também à destruição, a ruína ou a derrota do próprio indivíduo, este sendo o nosso infame suicida. Com estes dois conceitos em mãos podemos chegar a uma mesclagem, originando assim nosso conceito de conformismo suicida, que resumidamente seria o fato do indivíduo se conformar com o que lhe foi imposto de forma preestabelecida, levando assim a sua própria ruína, não necessariamente a sua morte. Mas o que poderia ser pior que a morte? Poderiam lhe perguntar. Perder a sua liberdade e ser confinado em um mundo depredado pela ganância, um mundo de eterna subjugação e constrangimento perante párias, sujeitos desprovidos de moral e bondade. Seria este mundo uma prisão penitenciária, aquela que você só viu pela televisão e teme que um dia acabe por lá, largado às traças por defender sua vontade e honra? Não pasmem caros leitores, este mundo do qual lhes falo é real, tateável e visível. Este mundo é o nosso país: Brasil das palmeiras, da mulata, do samba e também do preconceito, seja este racial, cultural, social ou até mesmo sexual, o Brasil das autoridades com plenos poderes e destemidas de se utilizarem de benefícios indiscriminados.

E onde estamos em meio a toda essa bagunça? No fundo do poço, nos arrastando para conseguirmos um lugar ao sol, um lugar na mediocridade de um salário que pelo menos nos dê o que comer, porque muitas vezes nem isso o pobre brasileiro tem, trabalha noite e dia sendo cuspido na cara pelos aristocratas e tendo que lidar com sua barriga que ronca de fome, clama por comida. E o seu coração? Pelo que ronca o coração do brasileiro? O que clama no fundo do interior desta pobre e açoitada alma? Justiça, igualdade e tudo aquilo que nos prometem a cada 4 anos e mesmo assim não nos dão. Já está estabelecido por leis que devemos temer as autoridades, que devemos respeitá-las e jamais tocá-las. Assim como na antiguidade onde o Rei era uma figura divina, investida de poder através da maior arma da cultura da subjugação européia, a bíblia. Nas mãos de velhos decrépitos que diziam serem enviados de deus. E agora? As autoridades brasileiras são divinas! Investidas de poder através da constituição federal da república brasileira, uma espécie de bíblia do governo pseudo-democrático. E onde fica o nosso conformismo suicida nessa história? Aí sim, depois de viajarmos por toda essa história do nosso país podemos vislumbrar o porque de estarmos presos neste mundo, sem ter meios de nos libertar, isto por causa do maldito conformismo suicida, o brasileiro, como indivíduo político é um suicida conformado, ele sabe que um dia vai morrer, seja pelas mãos do estado ou seja por desgosto, velho e inválido em razão dos anos que trabalhou para manter esse estado gordo e faminto, mas não faz nada para mudar isso, não se opõe ao estado, não se opõe as autoridades, prende-se a conceitos estabelecidos seja por religião ou por uma falsa moral que está impregnada em sua mente, onde é errado usar da violência contra os outros, porém ser violentado todos os dias é algo perfeitamente cabível, já que as autoridades detêm o poder divino da constituição e por ela são protegidos, enquanto para o pobre cidadão comum brasileiro é imposto um código penal, repleto das mais diversas penalidades e sanções, para que você sempre pense duas vezes antes de se opor ao estado. Sempre se conformando com a ruína, este é o nosso conformismo suicida, o pensamento que está impregnado em praticamente todos os brasileiros, fazendo-os escravos do estado, da aristocracia, mantendo-lhes bem abastecidos de riquezas, impunidade e poder.

Mas, aos poucos, temos o que chamam de "raios de esperança", com movimentos sociais de contracultura, contra a cultura da subjugação, do conformismo, gerando forças capazes de mover todos nós, pouco a pouco, para cima, para fora deste poço, fora deste mundo, deste Brasil velho e decrépito. Para um novo Brasil, um Brasil nosso, de todos, todos eu digo nós, aqueles que trabalham todos os dias pensando num futuro melhor e não para aqueles que só pensam em formas de se aproveitar das pessoas, para estes párias, o fundo do poço.

- Alex Mantovão

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O Menino Jesus

Dentre todas as baboseiras e farsas da humanidade o natal, com toda a certeza, está próximo ao topo da lista das grandes ladainhas perigosas do mundo. Talvez só esteja atrás do Arruda, que com todos aqueles sorrisos dissimulados, enganou tanta gente. Apimentado pelo marketing do mundo mercantil, o natal ganhou um caráter coca-cola, com Papai Noel e neve. Neve! Vale a pena dizer que neve nessa época só existe no hemisfério norte onde os EUA fica alojado. É preciso ser um graduado em metereologia pra saber que na América Latina não neva nesta época do ano? Então este natal não serve pra gente, talvez sirva para os norte-americanos e ingleses.

O papai Noel - fruto de uma mal intencionada pesquisa de laboratório - é o símbolo principal desta merda. Em todas as propagandas ele não falta, aparece com aquele jeitão escroto que gosta de criancinhas, como um padre. É o papai Noel, com aquele sorriso dissimulado, que mais perigo apresenta. É com ele, que a ciência do marketing convence tanta gente a comprar o máximo que puder, até a última gota de dinheiro. No final, após o natal, o que temos? Uma penca de dívidas e muitos perus mortos. De que vale toda essa merda?

Ah sim, ia me esquecendo, e o menino Jesus? O verdadeiro símbolo do natal. Dizem os cristãos que - há mais de 2000 anos atrás - nasceu um enviado de Deus: Jesus Cristo. Na bíblia diz que ele seria a salvação da humanidade, que era a voz de Deus. Os Judeus, com sua bíblia monstruosamente sinistra, diz que ele nunca existiu, que ele ainda virá para nos salvar. Quem diria: se for verdade teremos dois natais por ano! A coca-cola em Israel ia aproveitar a chance para criar um novo papai Noel, talvez com uma face mais judia, mais anti-palestina!

Quando iremos retirar estas lentes impostas pelas classes dominantes? Em toda parte, estes homens – hoje de terno, ontem de armadura sagrada – nos enganam com tamanha facilidade! Nos guiam como rebanhos de ovelhas! Não era assim que dizia na bíblia? Somos as ovelhas do senhor! Nos convenceram de que somos servos de algo que nunca se viu, algo de que está apenas escrito em páginas primitivas. Conseguiram nossa submissão com uma mentira perigosa, que se chama religião. Essa merda que vem matando pessoas e coagindo culturas legítimas, que tentou e tenta transformar o underground em um crime, ou melhor, em satanismo! Proponho ao Guará Underground boicotar este natal. Em vez disso, podemos aproveitar este dia para viver como gostaríamos de viver, gozando dos néctares alucinógenos e deixando insurgir a subversão do orgasmo sem preconceitos, sem consumismos e sem mentiras! Podemos encarar a verdade autêntica sem abaixar a cabeça como rebanhos de ovelhas. É disso que o underground é feito: transgredir para viver!


Como diz uma música do Regicídio:
Falácias mórbidas
Erradicam a transcendência
Vomitando ordens
Sob as fezes de uma constituição sagrada!

- GUARÁ UNDERGROUND

Velhacos Infantis!


É com nojo e pouca surpresa que o Guará Underground recebe a notícia da putaria generalizada dos senhores do DF. Aqueles senhores - que ascendidos ao poder por vias que eles próprios criaram ao longo da história - não fizeram nada mais do que o esperado de criaturas que governam outras. Uma vez sentados no trono, eles deixam florescer todas as fezes que formam suas personalidades. Acabam cagando em si mesmos quando rezam glorificando suas atitudes podres e maléficas. Panetone! É isso que eles cagam com nossos suores!

Arruda, apesar de já ter sido pego na pilantragem do painel, persiste com seu sorriso dissimulado. Juntamente com Paulo Octávio, eles formam a dupla mais desgraçada do DF. Cômico é saber que eles só se fuderam quando um semelhante deles - Durval filho da puta Barbosa - resolveu traí-los para amenizar a podridão que acompanha sua vida. Irônico né? Um bandido lascando o outro! E então? O que temos para concluir disto?

O Guará Underground reafirma, neste momento (oportuno?), a raiz de todo o mal. Não existirá, nunca, jamais, tribunal para estes escrotos. Tanto é que eles só caíram quando a própria trama deles falhou. E o resto? Será que foi só isso que eles fizeram? Qualquer um duvida. Qualquer um duvida que qualquer um que esteja no poder não tenha feito merda!Pois é isto de que eles são feitos: de merda! Não se trata mais de consertar o poder e sim de destruí-lo de nossas vidas para que nunca mais tenhamos de nos preocupar em o que rola dentro de um gabinete. Nossas vidas são para serem vividas e não para resolvermos, sempre com medidas paliativas, os problemas da sociedade. É preciso dar um fim neste mal. E isto só será possível com o auto-esclarecimento de cada um frente à verdade mórbida que é o estado. Reformar o poder? O Guará Underground prefere destruí-lo, criando uma nova realidade livre da crocodilagem que é inerente ao sistema.

- Não repudiamos somente os culpados deste esquema, repudiamos sim todo o sistema!

- GUARÁ UNDERGROUND

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Sobre uma nova proposta!


O Guará Underground, no dia 19 de dezembro, completou um ano de existência. Foram muitos os episódios que marcaram a memória do coletivo. Lembrar de cada um deles agora talvez não seja a questão. Todavia, o que de fato precisamos lembrar é que o GUG, depois de todas as vitórias e derrotas que se passaram, pode constituir, agora, uma família. Não estamos falando daquela família arcaica da qual fomos criados em que a mulher é um servo e a hierarquia é sagrada. A família que o GUG agora representa é formada por parceiros e companheiros diretos, sem cláusulas e líderes. Uma família autêntica, nascida da necessidade de união, para realizar o verdadeiro underground.

Dizer o que o GUG pretende como objetivo é uma tarefa um tanto subjetiva. Preferimos dizer que temos um subjetivo como meta, nem obscuro nem claro, mas espontâneo. Sabemos, até agora, que a realidade que nos coage é fria, cruel. Esta angústia que pode estar presente em um ou outros é uma forte arma contra nossos "subinimigos". O militante do GUG é aquele que negou a ausência de sentido das coisas da maneira mais radical: O absurdo da vida como santuário de ódio e reflexão. Dizer isso não significa que somos formados apenas por ateus niilistas, pois a necessidade de união nasceu para questionar nossas lentes culturais. Contudo, nossos princípios podem dizer muita coisa, pois são eles nossos meios e fins. Considerando isto, o GUG teria como subjetivo a destruição de tudo aquilo que coage de alguma forma, direta ou indiretamente, o ser humano.

Até hoje, não firmamos compromisso com nada. Ou melhor, nosso compromisso é, justamente, O Nada. Dizer isso tudo nos leva a concluir: que merda é essa? É a merda que sem querer sai algo, da insurreição mais profunda de nossos pensamentos. Não falamos de revolução, mas denunciamos cada escória da sociedade, daquilo que foi criado ingenuamente por poucos velhacos entupidos de ganâncias infantis. Aquilo que o GUG diz em voz alta é o que todos têm preso na garganta, em silêncio. Cabe a nós, de alguma forma, quebrar esse silêncio que nos submete as mais asquerosas culturas. Trata-se de fazer a contracultura de fato, de apresentar esta proposta a sociedade nas cores que refletem o underground, construindo uma sociedade de contracultura generalizada!

- GUARÁ UNDERGROUND, 19 de dezembro de 2009.

O Guará Underground - GUG


O Guará Underground é um grupo de cunho político, social e artístico. Formado por jovens adolescentes e adultos com o intuito de coletivizar o pensamento jovem aplicando-o na sociedade cotidiana vigente.

O grupo foi formado no dia 19 de dezembro de 2008 na região administrativa do Guará, localizado no Distrito Federal, nos arredores da capital e centro político brasileiro. O grupo teve início após o descontentamento ocasional - ou melhor, histórico - por parte de jovens urbanos locais que não têm o reconhecimento de seu modo de pensar. Inicialmente, o grupo contava com apenas membros de relações artísticas do DF que, posteriormente, veio a englobar os mais variados tipos de expressão jovem que não têm a devida aceitação de seu comportamento social em sua família e demais setores do cotidiano em que vive.

O termo underground, usado no nome do coletivo (ou grupo), foi escolhido por este mesmo pertencer às minorias de transvalorização do mundo vigente. Estas minorias - que vêm lutando desde os anos 50 contra o conservadorismo e imposições de diversos valores nos jovens que têm sua autonomia violada diretamente e indiretamente - ainda hoje têm sua importância na transformação da sociedade, criando novas perspectivas de vida e pensamento a partir da análise das conjunturas de coações psicológicas do poder político, religioso e institucional que acaba por criminalizar e julgar estes jovens segundo culturas não criadas e pensadas por estes. Estes jovens - undergrounds (submundo) - acreditam que uma nova forma de agir e pensar possa mudar, de modo subjetivo, as injustiças do mundo que afligem a sociedade.

- Quanto aos Princícios de Ação e Organização:

Inicialmente - decidido isto na primeira assembléia do coletivo - o grupo contou e ainda conta com três princípios de organização e atuação. São eles: o horizontalismo, a autonomia e a decisão em consenso. Sendo o horizontalismo uma maneira encontrada para aproximar o coletivo de seu real objetivo de transformação da sociedade. Este princípio esclarece que não haverá diferenças verticais no coletivo, concedendo, assim, o mesmo espaço de atuação e decisão de cada indivíduo no grupo. Este princípio agiliza a criação (por não necessitar de autorização alheia interna para atuar), estimula a participação de todos os membros e conscientiza sobre a necessidade de saber decidir o melhor por seus companheiros. A organização horizontal garante a participação direta e a erradicação da burocracia. O segundo princípio - a autonomia - é o instinto motor do coletivo. É este princípio que estabelece quem faz as regras do jogo. Nada externo ao coletivo poderá interferir em nossas decisões e nossos princípios. Portanto, independente de órgãos do estado, o Guará Underground atuará em acordo apenas consigo mesmo. O terceiro princípio - a decisão em consenso - ensina e estimula o debate analítico horizontal. Este princípio faz com que cada assunto em detalhe seja discutido minuciosamente antes de qualquer decisão, conseguindo assim a melhor alternativa em cada caso e evitando separações dentro do grupo por parte de decisões por voto. Os princípios são sempre esclarecidos e praticados de forma clara. O objetivo destes princípios são, como já foi dito, aproximar o coletivo de sua real intenção na sociedade. A horizontalidade, autonomia e a decisão em consenso - desde muito tempo praticado em grupos libertários - estimulam o pensamento e estudo coadunando as ações com a causa social.

Os princípios do grupo não restringem a participação de um indivíduo de fora, portanto, o GUG é aberto para qualquer um que queira participar, seja ele jovem ou não. A única regra é que a pessoa interessada em participar esteja em acordo com os princípios.

- Quanto à coletividade de ação:

O Guará Underground é reunido semanalmente por meio de assembléias, que é discutido as decisões de planejamento e os debates de inversão de perspectivas, buscando sempre alcançar a importância da voz de todos. Grande parte do planejamento está voltado para a organização de eventos de contracultura, esta formada pela cultura da poesia, música, teatro, dança, folclore e demais expressões undergrounds no mundo. Nestes planejamentos usa-se como orientação mais três princípios inseparáveis para hegemonização de nossos interesses, são estes: a Participação, Comunicação e a Realização. Estes outros subprincípios são praticados individualmente por todos para a criação da coletividade e para a consciência individual de cada um. Quem participa do grupo é envolvido por um cenário de poesia que incita a criação e espontaneidade concluindo em realizações coletivas.

Os subprincípios usados nos planejamentos orientam a criação em equipe, nunca alienando a paixão de criar pela obrigação de trabalhar. Não há obrigações no grupo, exceto a de ser você mesmo. Não há taxas financeiras de participação, não há coações, não há regras inalienáveis e não há influência externa. Todos têm sua individualidade protegida reciprocamente para criar e mudar com o mesmo direito de ação e voz. A liberdade é colocada em primeiro lugar em todos os sentidos. No Guará Underground acredita-se que a liberdade e a criatividade reservada aos indivíduos não deve se encontrar absorvida pela necessidade de se adaptar às normas sociais de coação.

- Quanto ao cenário interno do grupo:

Dentro do grupo, o participante é envolvido e estimulado com o intelecto ecumênico. Os mais diversos assuntos são falados e discutidos em uma inversão de perspectiva.

Inverter a perspectiva é deixar de ver com os olhos da comunidade estabelecida, da ideologia, da família, dos outros. É apreender-se a si próprio solidamente, escolher-se como ponto de partida e como centro. Fundar tudo na subjetividade e seguir a vontade subjetiva de ser tudo. É transcender usando a idiossincrasia de seu livre-pensamento e retirar as lentes impostas pela sociedade para enxergar o mais longe possível sem julgamento de crenças, valores e moral já criados. Assim, busca-se a real individualidade de cada indivíduo no grupo para um verdadeiro pensamento coletivo em que tomará decisões e reconstruirá as verdades tijolo por tijolo.

A inversão de perscpectiva é a base do grupo para discussões. Desta forma, pode ser reavaliado qualquer fator que antes seria vulgar segundo lentes sociais vigentes.

Atenciosamente,
- Guará Underground - GUG